sexta-feira, 31 de outubro de 2008

555. EM TOMAR DISCUTE-SE O TURISMO CULTURAL

A importância do património cultural na promoção turística vai estar a partir de hoje em debate, durante um seminário internacional que irá reunir vários especialistas dos dois sectores, autarcas, historiadores, arquitectos e associações de agências de viagens, entre outros. Um dos projectos que será apresentado hoje no "Touring and Heritage/Turismo e Património", que irá decorrer até sábado em Tomar, é o Roteiro Turístico do Património Mundial, que estará disponível ao público "antes do final do ano", revelou à Lusa Luis Patrão, presidente do Turismo de Portugal, entidade que organiza o seminário. Este Roteiro está integrado na promoção de itinerários na região dos mosteiros classificados como Património da Humanidade, de Alcobaça, Batalha e Tomar. O 'touring' cultural e paisagístico já é o segundo produto mais procurado pelos turistas estrangeiros que vêm a Portugal, mas pode atrair mais visitantes, estando prevista a realização de programas de valorização de circuitos turísticos, salientou Luis Patrão. Visando concretizar a aposta no 'touring' cultural e paisagístico, Luís Patrão afirmou que será apresentado, no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), um "conjunto de programas de natureza cultural e turística", nomeadamente para valorização do património existente e de circuitos turísticos. Luís Patrão salienta que as estimativas existentes apontam para que "cerca de um quarto (25%) dos turistas que vêm a Portugal" são atraídos pela vertente cultural, mas espera poder trazer mais visitantes para apreciar os monumentos, cultura e tradições nacionais. O turismo cultural é um produto "com força" mas mal aproveitado, sendo necessária a conjugação de esforços de várias entidades para tornar possível a sua venda nos mercados nacional e internacional, defendeu à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT). João Passos considera que o turismo cultural "tem um peso pequeno" na actividade turística em Portugal porque "não há centralização de esforços para o tornar um produto vendível". Assim, "é complicado fazer qualquer promoção do produto, nomeadamente no mercado internacional", defendeu. O director-geral da Confederação do Turismo Português (CTP), Sérgio Palma Brito, afirmou, por seu lado, que até há um aproveitamento turístico do património histórico e religioso, principalmente em algumas regiões, mas concorda que "tem capacidade para se desenvolver mais". Já para o director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), Elísio Summavielle,"o turismo cultural está a ter cada vez mais procura e esta aliança com o património é bem-vinda", observou em declarações à Agência Lusa. O responsável do IGESPAR destacou que os monumentos constituem "a parte física de um património português mais global muito rico, que inclui as culturas locais, o artesanato, a gastronomia, e os saberes". "É necessário saber coser estas riquezas e estimular todos os responsáveis para que o património se aproxime ao turismo", defendeu, salientando ainda que, com este seminário em Tomar, pela primeira vez se reúnem entidades "de uma forma concertada" para abordar o tema. "Queremos criar sinergias entre várias entidades e atrair o turismo com uma oferta de eventos que permitirão o convívio da criação contemporânea com o antigo", sustentou. Os museus "são um elemento fundamental na captação de turismo cultural" no país, defendeu também à Agência Lusa o director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), Manuel Bairrão Oleiro. "Há um grande crescimento do interesse no turismo cultural em Portugal", comentou Manuel Bairrão Oleiro, admitindo que "ainda há muito trabalho a fazer para divulgar as colecções" dos 28 museus e seis palácios nacionais do país tutelados pelo organismo que dirige.
Fonte: Lusa

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