segunda-feira, 2 de novembro de 2009

1917. DIÁRIO (50)

Amar as pequenas coisas da vida é a melhor maneira de sentir a importância das grandes. Saber a vida do Sr. Zibério, que se desamou de uma Lola do do Chiado desde que descobriu a alva Maria das Angústias da Junceira, ou que a venda da Ti Rosa foi trespassada de barbearia para o Zé das Patilhas, que mandou lá de Lisboa o patrão às malvas por lhe ter tirado o produto das gorjetas, é a melhor maneira de perceber que quando o Sol nasceu outra vez, imparável, imponente, totalitário, sobre nó, tudo mais cessa. Tudo. E que o que resta é sorrir enormemente para a vida. E hoje, vai ser dia de Sol, oh se vai, mesmo que a moda dos irritantes alertas cromáticos substituam as notícias de política nos noticiários das rádios e das televisões.

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