domingo, 16 de agosto de 2009

1589. PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL (139)


Um investidor francês que abriu três espaços comerciais em Castelo Rodrigo, em 2000, está hoje desiludido com "uma aldeia triste e sem vida". Quando avançou com os empreendimentos, André Carnet acreditava "num turismo cultural largo e inteligente", que dinamizasse a aldeia histórica, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. André Carnet, de 70 anos, não tinha qualquer relação com Portugal antes de conhecer uma jovem de Castelo Rodrigo, com quem acabou por casar. Nos anos 80, começou a passar férias todos os anos na localidade. Depois, pensou "contribuir para um impulso turístico na aldeia". Fez um estudo de mercado que lhe indicou boas perspectivas de negócio, já o programa de valorização das Aldeias Históricas estava a dar os primeiros passos. Em 2000, abriu uma casa de artesanato, uma loja "gourmet" com produtos locais e um salão de chá. O "Barão de Castelo Rodrigo", como é tratado carinhosamente pelos amigos chegados, escolheu assim a sua "cidade ideal". Depois de ter sido engenheiro agrónomo, economista, informático e director-geral de uma agência de viagens (a Voyage Conseil, que ele ajudou a criar para o crédito agrícola francês e que chegou a ter mais de 500 mil clientes em todo o mundo. "Vi em França dezenas de aldeias como Castelo Rodrigo, mesmo com metade do potencial, que têm um verdadeiro pólo de dinamismo económico e cultural", disse André Carnet à Lusa. O empresário idealizou também para Castelo Rodrigo "um turismo cultural largo e inteligente". Nunca fui comerciante na vida", afirmou André Carnet, que agora também produz compotas, bolinhos e amêndoas caseiras de vários tipos, na "aldeia triste e sem vida" que o desiludiu. Actualmente, mantém dois empregados nas três lojas, após ter arrancado com quatro que estavam inscritos no Fundo de Desemprego. Prevê ficar com apenas um trabalhador, "ou nenhum". Com a abertura dos espaços, André Carnet iniciou a sua "luta cultural". Preparou um projecto transversal e chegou a participar em reuniões com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, face à "necessidade de um suporte de museus, eventos e circuitos culturais" para as aldeias históricas. O "Barão" teve a "visão de transformar todos os pequenos quintais" da aldeia muralhada "em hortas de ervas aromáticas e medicinais" e de criar uma escola de artes, especialmente pintura de azulejo.

Fonte: Lusa.

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