As ruas do centro histórico de Viseu têm ainda hoje marcas da presença da comunidade judaica, que a autarquia quer estudar e valorizar, para melhor conhecer este período da sua história. Depois de ter dado o primeiro passo nesse sentido ao comprar recentemente o edifício que terá acolhido a sinagoga, com o objectivo de o incluir na rede do Museu Municipal, a autarquia promove sábado um colóquio sobre História e Cultura Judaica. O coordenador do colóquio, Henrique Almeida, disse à Lusa que "sabe-se hoje que os judeus se fixaram em Viseu, pelo menos desde o século XV, junto das primeiras muralhas", graças ao estudo temático desenvolvido por Isabel Monteiro, que sábado falará em Viseu sobre "Os lugares da memória".
"A judiaria aqui existente nos tempos medievais ocupava uma área hoje perfeitamente identificável no coração do centro histórico. A Rua da Judiaria (hoje Rua Nossa Senhora da Piedade) aparece localizada num mapa mandado elaborar pelo município em 1864 e constituía então um arruamento onde os judeus tiveram o seu comércio e as suas oficinas", contou. Henrique Almeida lembrou que "foi também possível identificar com precisão a casa onde outrora se localizava a sinagoga", o prédio quatrocentista situado no cruzamento da Rua Direita com a Rua da Árvore que foi comprado pela autarquia, e que sofreu "certa descaracterização na sua fachada, nomeadamente ao nível dos acessos ao interior".
"A sinagoga e a judiaria constituem um património valioso da presença dos judeus no concelho. Importa, pois, recuperar a memória desse tempo medieval e já moderno sob o signo dos judeus e reescrever a história de uma época e de uma cultura que constituem parte da nossa memória colectiva", frisou o também coordenador do grupo de missão do Museu Municipal de Viseu. Explicou que o projecto museológico da antiga sinagoga "depende, numa fase inicial, do aprofundamento do conhecimento sobre a comunidade judaica de Viseu, com a colaboração de diversos investigadores", nomeadamente Isabel Monteiro e Teresa Cordeiro, esta última igualmente conferencista do colóquio, com o tema "Cristãos-novos de Viseu e a perseguição inquisitorial".
Como o presidente da autarquia, Fernando Ruas, pediu maior celeridade neste projecto, estão a ser feitos dois tipos de levantamento de fontes relativas à vivência judaica e cristã-nova em Viseu. "Um referente ao património arquivístico e bibliográfico existente em instituições locais ou nacionais, de que o colóquio mostra já alguns resultados, outro relativo às marcas de simbologia religiosa gravadas em edifícios do centro histórico de Viseu", explicou Henrique Almeida. A autarquia pretende que no edifício fique "um núcleo encarado como centro de investigação e divulgação da história e cultura judaica, em toda a sua abrangência geográfica e cronológica, incluindo a problemática do holocausto". Integrada no programa do colóquio, realiza-se uma mostra documental intitulada "Cultura Judaica em Viseu", no edifício da sinagoga, dando a conhecer aos participantes um conjunto de documentos dos muitos existentes no Arquivo Distrital.
No final das sessões será lançado o primeiro número da revista do Museu Municipal, com 210 páginas, que se pretende afirmar no panorama nacional das publicações congéneres da área da museologia.
Fonte: Lusa.
"A judiaria aqui existente nos tempos medievais ocupava uma área hoje perfeitamente identificável no coração do centro histórico. A Rua da Judiaria (hoje Rua Nossa Senhora da Piedade) aparece localizada num mapa mandado elaborar pelo município em 1864 e constituía então um arruamento onde os judeus tiveram o seu comércio e as suas oficinas", contou. Henrique Almeida lembrou que "foi também possível identificar com precisão a casa onde outrora se localizava a sinagoga", o prédio quatrocentista situado no cruzamento da Rua Direita com a Rua da Árvore que foi comprado pela autarquia, e que sofreu "certa descaracterização na sua fachada, nomeadamente ao nível dos acessos ao interior".
"A sinagoga e a judiaria constituem um património valioso da presença dos judeus no concelho. Importa, pois, recuperar a memória desse tempo medieval e já moderno sob o signo dos judeus e reescrever a história de uma época e de uma cultura que constituem parte da nossa memória colectiva", frisou o também coordenador do grupo de missão do Museu Municipal de Viseu. Explicou que o projecto museológico da antiga sinagoga "depende, numa fase inicial, do aprofundamento do conhecimento sobre a comunidade judaica de Viseu, com a colaboração de diversos investigadores", nomeadamente Isabel Monteiro e Teresa Cordeiro, esta última igualmente conferencista do colóquio, com o tema "Cristãos-novos de Viseu e a perseguição inquisitorial".
Como o presidente da autarquia, Fernando Ruas, pediu maior celeridade neste projecto, estão a ser feitos dois tipos de levantamento de fontes relativas à vivência judaica e cristã-nova em Viseu. "Um referente ao património arquivístico e bibliográfico existente em instituições locais ou nacionais, de que o colóquio mostra já alguns resultados, outro relativo às marcas de simbologia religiosa gravadas em edifícios do centro histórico de Viseu", explicou Henrique Almeida. A autarquia pretende que no edifício fique "um núcleo encarado como centro de investigação e divulgação da história e cultura judaica, em toda a sua abrangência geográfica e cronológica, incluindo a problemática do holocausto". Integrada no programa do colóquio, realiza-se uma mostra documental intitulada "Cultura Judaica em Viseu", no edifício da sinagoga, dando a conhecer aos participantes um conjunto de documentos dos muitos existentes no Arquivo Distrital.
No final das sessões será lançado o primeiro número da revista do Museu Municipal, com 210 páginas, que se pretende afirmar no panorama nacional das publicações congéneres da área da museologia.
Fonte: Lusa.
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