Quarenta pessoas sobem o Douro para a Quinta do Vesúvio, onde permanecem um mês para vindimar e pisar as uvas nos lagares, recriando uma tradicional roga que se repete todos os anos a partir de Setembro. São homens e mulheres, mais novos ou mais velhos, e viajam de Resende, Cinfães e Castro Daire para Vila Nova de Foz Côa apenas para vindimar. Fazem o corte das uvas, carregam-nas para a adega e fazem a pisa nos lagares à noite. Miguel Torga, um dos mais conhecidos escritores transmontanos, também recriou uma roga no seu livro "Vindima", descrevendo um Douro de "salários de miséria", em "cardenhas (alojamentos) degradantes" e "patrões titânicos". Na sua história também "eram quarenta ao todo, entre homens, mulheres e crianças" que desciam a pé da montanha, a sua "Penaguião", ao rio Douro. "A grande festa do mosto ia começar. E os peregrinos acorriam de longe, chamados pelo aceno das vides", contava Torga. Hoje o Douro mudou mas a festa das vindimas mantêm-se. A roga da Quinta do Vesúvio viaja de autocarro, fica alojada em quartos privados para os casais ou de cinco camas para os solteiros, os cestos de 70 quilos foram substituídos por caixotes, que são carregados em tractores em vez de carros de bois.
"Antigamente andávamos com os cestos das vindimas às costas. Era muito esforço. Agora temos as máquinas que nos ajudam bastante, as vinhas estão instaladas em patamares, substituindo os terrenos íngremes e acidentados", salientou Agostinho Pereira, natural de Resende e caseiro desta propriedade. De longe vem também António Ferreira que diz chegou a subir os socalcos durienses em filas de 14 a 15 homens com os cestos às costas para os levar para os lagares. Eram tempos muito difíceis. Chegamos à noite e coitados dos nossos ombros. Agora ando a cortar uvas, é mais fácil e o ordenado compensa", sublinhou. Celeste Cardoso, 67 anos e residente em Resende, passa o dia a cantar ao mesmo tempo que corta as uvas. "Faço vindimas aqui há 18 anos. Das costas a gente fica cansada mas o tempo das vindimas é o mais alegre que temos no Douro", disse à Lusa. Os vindimadores não saem da Quinta do Vesúvio enquanto não acaba o trabalho. São cerca de 30 dias em que se revêem velhos amigos, se fazem novos e até se arranjam namoricos. "Trabalho durante sete dias por semana, o dia todo. Sábados, domingos e feriados", referiu Nuno Miguel, de 20 anos e que há quatro se juntou a esta roga. Apesar do trabalho "árduo", o jovem diz que se diverte como se estivesse numa "festa, um baile ou um concerto". Carla Santos vem de Castro Daire e afirma que deixa "isto por nada deste mundo". "Há seis anos que ando cá. Aprendemos muito com os mais velhos, com a experiência de vida deles. Ensinam-nos muito e são piores do que nós para a brincadeira", sublinhou. Actualmente, na maior parte das quintas recorre-se aos empreiteiros agrícolas para fazer a vindima, mas a família Symington, proprietária da Quinta do Vesúvio, faz questão de manter a tradição nesta que é considerada uma das mais emblemáticas quintas do Douro e que pertenceu a Dona António Adelaide Ferreira.
"Antigamente andávamos com os cestos das vindimas às costas. Era muito esforço. Agora temos as máquinas que nos ajudam bastante, as vinhas estão instaladas em patamares, substituindo os terrenos íngremes e acidentados", salientou Agostinho Pereira, natural de Resende e caseiro desta propriedade. De longe vem também António Ferreira que diz chegou a subir os socalcos durienses em filas de 14 a 15 homens com os cestos às costas para os levar para os lagares. Eram tempos muito difíceis. Chegamos à noite e coitados dos nossos ombros. Agora ando a cortar uvas, é mais fácil e o ordenado compensa", sublinhou. Celeste Cardoso, 67 anos e residente em Resende, passa o dia a cantar ao mesmo tempo que corta as uvas. "Faço vindimas aqui há 18 anos. Das costas a gente fica cansada mas o tempo das vindimas é o mais alegre que temos no Douro", disse à Lusa. Os vindimadores não saem da Quinta do Vesúvio enquanto não acaba o trabalho. São cerca de 30 dias em que se revêem velhos amigos, se fazem novos e até se arranjam namoricos. "Trabalho durante sete dias por semana, o dia todo. Sábados, domingos e feriados", referiu Nuno Miguel, de 20 anos e que há quatro se juntou a esta roga. Apesar do trabalho "árduo", o jovem diz que se diverte como se estivesse numa "festa, um baile ou um concerto". Carla Santos vem de Castro Daire e afirma que deixa "isto por nada deste mundo". "Há seis anos que ando cá. Aprendemos muito com os mais velhos, com a experiência de vida deles. Ensinam-nos muito e são piores do que nós para a brincadeira", sublinhou. Actualmente, na maior parte das quintas recorre-se aos empreiteiros agrícolas para fazer a vindima, mas a família Symington, proprietária da Quinta do Vesúvio, faz questão de manter a tradição nesta que é considerada uma das mais emblemáticas quintas do Douro e que pertenceu a Dona António Adelaide Ferreira.
Fonte: Lusa.
Sem comentários:
Enviar um comentário