O presidente da Câmara de Tarouca, Mário Ferreira, disse hoje acreditar que o dormitório do mosteiro de S. João de Tarouca será transformado em unidade hoteleira, como reclama uma petição subscrita por perto de onze mil pessoas. Juntamente com o vice-presidente e vereadores da Câmara, o presidente da Assembleia Municipal e membros da Junta de Freguesia de S. João de Tarouca, Mário Ferreira (PS) esteve recentemente numa audição na Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional e mostrou-se satisfeito com os avanços do processo. "A comissão parlamentar considera que o projecto reúne todas as condições para ter viabilidade económica e que é de interesse para a região e para o país e vai encaminhar o relatório para o ministro da Economia, para que este se pronuncie", contou. Segundo Mário Ferreira, a comissão parlamentar entende que a reconversão do dormitório em unidade hoteleira deve ser reconhecido como Projecto de Interesse Nacional (PIN). "O ministro terá de dar parecer mas, independentemente de qual for, a reconversão do dormitório será discutida em plenário na Assembleia da República", acrescentou. O autarca frisou que a reconversão do dormitório, mantendo os traços da arquitectura original, é "uma grande mais valia para a região do Douro" e uma obra "muito necessária para Tarouca", concelho com pouca capacidade hoteleira. Desta forma, os milhares de turistas que anualmente percorrem os socalcos do Douro vinhateiro "poderiam dormir no lugar onde séculos antes os monges de Cister repousaram", gerando riqueza a nível local e regional. A petição enviada ao presidente da Assembleia da República a pedir que "reconheça como de interesse para Portugal" a reconversão do dormitório em unidade hoteleira e que "recomende aos órgãos de soberania competentes a adopção das medidas legislativas e regulamentares necessárias à concretização deste projecto" foi subscrita por 10895 pessoas. O Mosteiro de S. João de Tarouca - o primeiro da Ordem de Cister a ser construído em Portugal (século XII) - está sob a responsabilidade do Instituto de Gestão do Património e Arqueológico (IGESPAR), sendo o seu dormitório apenas constituído por quatro paredes. Na petição, é referido que o Mosteiro de S. João de Tarouca "foi objecto de obras de recuperação, suportadas pela administração central, proprietária do espaço, recebendo anualmente milhares de visitantes". "Pensamos, no entanto, que S. João de Tarouca tem mais para oferecer, pelas características do local, em termos paisagísticos e naturais", acrescenta, lembrando que foram essas "especiais características, de algum isolamento e silêncio, de proximidade ao rio e à montanha, que levaram os monges de Cister a escolher este lugar mágico para se fixarem em Portugal". O documento acrescenta que, à semelhança dos monges, muitas pessoas "valorizam a possibilidade de desfrutarem de momentos de contacto com a natureza e de recolhimento espiritual, fugindo ao ruído da vida moderna", mas que, no entanto, falta no Douro "um espaço de acolhimento desses potenciais visitantes, com condições de qualidade e conforto, que proporcione dias diferentes de lazer e de ocupação dos tempos livres".
Fonte: Lusa.
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