O centro interpretativo do Castro de Palheiros, em Murça, porta de entrada de um megamonumento calcolítico com cinco mil anos, será inaugurado hoje pelo ministro da Cultura. O centro interpretativo, que vai estar aberto durante todo o ano, vai proporcionar visitas guiadas através de roteiros turísticos pelo povoado, lugar fortificado que foi ocupado no Calcolítico (Idade do Cobre) e na Idade do Ferro. A construção do centro está inserida no projecto de estudo arqueológico, de valorização e de divulgação desta estação arqueológica que decorre, desde 1995, sob a orientação da arqueóloga Maria de Jesus Sanches. Foram investidos cerca de 650 mil euros no centro, no restauro de troços de muralhas e taludes, na desmatação da zona e na criação de circuitos de visita interna, assinalados por painéis explicativos e brochuras informativas. No asfaltamento do caminho de acesso e de zonas envolventes gastaram-se 200 mil euros. A comparticipação comunitária para as diversas obras foi de 75%. Classificado em 2006 como Imóvel de Interesse Público pelo IGESPAR, o Crasto de Palheiros, está também incluído nos roteiros dos crastos ibéricos. Há cinco mil anos, o Crasto de Palheiros era uma imponente fraga natural, que foi recebendo diferentes populações pré-históricas com uma grande importância a nível político, económico, social e religioso. O topo da colina sobranceira à localidade de Palheiros foi coberto por uma muralha e terraços de pedra visíveis a dezenas de quilómetros de distância, funcionando aparentemente como um espaço sagrado de concertação entre os inúmeros povos da região. Após um abandono de cerca de 1700 anos, provocado por um grande incêndio, outras populações indígenas já da Idade do Ferro, cerca de 300 a.C., fundaram um povoado que posteriormente rodearam de pedras fincadas e de duas linhas de muralhas. O seu colapso como povoado deve ter tido a ver com a efectiva colonização romana, por volta do ano 50 depois de Cristo.
Fonte: Público.
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