Um museu da velocidade, a redução do impacto do ruído e a valorização da ribeira da Penha Longa são alguns dos principais objectivos do Plano de Pormenor do Autódromo do Estoril, com publicação prevista para 2010. Depois de aprovar a elaboração do documento, em Dezembro passado, a Câmara de Cascais quer ter uma primeira proposta de plano em Novembro que atenderá aos resultados de um estudo que está a ser feito pela CE – Circuito do Estoril para requalificação do equipamento. O objectivo do município é conseguir apresentar um plano final dentro de um ano, para poder submetê-lo a inquérito público e aprovação até Abril de 2010, publicando-o em Maio.
Integrada no Parque Natural Sintra-Cascais, a área de intervenção compreende o autódromo e alguns terrenos envolventes, excluindo zonas urbanas, e está a ser estudada em parceria com a Universidade Nova da Lisboa. De acordo com Miguel Amado, professor na instituição, foram identificados vários problemas e carências dentro dos limites do plano de pormenor: aproveitamento turístico-comercial e acessibilidades “deficientes”, linhas de água e estruturas agrícolas degradadas, zona do vale da ribeira descaracterizada e ruído provocado pela prática desportiva na infra-estrutura. Para eliminar os pontos negativos, estão já definidos como objectivos ambientais regularizar as linhas de água e valorizar a Penha Longa, adoptar soluções que permitam reduzir o barulho, aproveitar o sistema de vistas e recuperar o património agrícola.
Segundo o presidente da autarquia, António Capucho, a forma de concretizar estas metas, que são ainda “ideias”, será encontrada ao longo deste ano, durante a elaboração do documento. O mesmo acontecerá com os objectivos urbanísticos, culturais e económicos, que compreendem, por exemplo, um museu da velocidade (em associação com uma escola de cidadania rodoviária), espaços em áreas edificadas para exposições sobre automobilismo, a articulação do plano com o aglomerado urbano da ribeira e “espaços turísticos/comerciais próprios para fomentar a vivência do espaço em complemento da actividade desportiva”.
“Debaixo da bancada, que pareceres técnicos dizem dever ser destruída, seria possível construir, por exemplo, o museu”, refere António Capucho, acrescentando que ainda não estão definidos projectos de construções para os terrenos privados adjacentes ao autódromo. Quanto ao interior do equipamento desportivo, a requalificação é da responsabilidade da Parpública (detentora da totalidade do capital social da CE), mas a “holding” estatal poderá candidatar-se a fundos provenientes da concessão do jogo do Casino Estoril.
Em Julho de 2007, a Parpública exigiu 35 milhões de euros pela sua participação capital social da CE - Circuito do Estoril, proprietária do equipamento, um valor que a Câmara de Cascais sempre recusou oferecer. A “holding” estatal lançou então um concurso público, mas a falta de propostas levou-a a retomar as negociações com o município no início do ano passado. Em Setembro, António Capucho anunciou que não tinha sido possível chegar a acordo, ficando a autarquia a aguardar pelo avanço da requalificação.
Fonte: Lusa.
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