terça-feira, 4 de novembro de 2008

567. MARIA FLORES

"História e Música são as paixões de Maria Flores, 82 anos, que foi durante toda a vida operadora de caixa, andando às volta com contas e números quando na sua cabeça tinha tintas e pincéis. Natural de Tomar, Maria Flores realizou a proeza de pintar a guache as várias dinastias representativas dos Reis de Portugal, que guarda num dossier por ordem cronológica. Noutro dossier tem guardado os desenhos a lápis de carvão das principais figuras da História de Portugal. Ali não faltam os retratos fidedignos de Fernando Pessoa, Samora Marechal, D. Duarte de Bragança, Mário Soares ou Cavaco Silva. Tem apenas a 4.ª classe e nunca tirou nenhum curso relacionado com artes. Á desconfiança começou por desenhar D. Afonso I. “Pensei que se tinha conseguido desenhar este Rei também conseguia desenhar os outros”, refere. Se bem o pensou, melhor o fez. Tirou a as imagens de livros, selos, cromos e outras da sua imaginação, através do que lia sobre o comportamento dos monarcas. Apesar de o ter feito já depois dos 60 anos, Maria Flores recorda que desde criança sente o chamamento pelas artes. “Em pequena ofereceram-me uma caixa de lápis de cor e dormi com ela debaixo da almofada”, recorda. Nas paredes de sua casa, em Marmelais de Baixo, podem-se ver quadros pintados a óleo com a temática da cidade. Um dos últimos que pintou representa o jardim do Convento de Cristo. Mais recentemente fez o brasão para a Santa Casa da Misericórdia de Ferreira do Zêzere. Todo ele emanou da sua imaginação. Utente do Centro de Dia do Lar Nossa Sra da Graça, situado ao lado de sua casa, Maria Flores ocupa parte do seu tempo a desenhar e a pintar. Como tal, dá por si a passar para o papel cenas que presencia no quotidiano. “Gosto muito e hei-de continuar até poder”, assegura."


Elsa Ribeiro Gonçalves
, no Jornalista Elsa Ribeiro Gonçalves.

1 comentário:

Anónimo disse...

Maria Flores, Mulher de outras eras. Mulheres que viviam uma vida inteira para os outros, guardando dentro delas um desejo, um sonho. Algumas, como Maria Flores, tiveram a coragem de quando livres de outras tarefas, se dedicarem à arte que as chamara sempre.
Como eu a admiro, Maria Flores! E não a conheço. Talvez, quem sabe, um dia, eu possa ver as suas belas obras e, dizer-lhe como a admiro, de viva voz. Maria Flores, nome belo de Mulher. A não esquecer.
Maria