quinta-feira, 25 de setembro de 2008

492. O REGRESSO DOS FRADES


A companhia de teatro Fatias de Cá, de Tomar, repõe, a partir de domingo e até finais de Dezembro, no Convento de Cristo, a peça "O Nome da Rosa". O primeiro espectáculo da reposição (o 123º em representação), tal como os outros agendado para as 17:17 de domingo, já está esgotado, mas o director do Fatias de Cá, Carlos Carvalheiro, lembra que "O Nome da Rosa" vai estar "num dos palcos mais magníficos de Portugal" até finais de Dezembro. Para o responsável do grupo, esta é a peça "mais emblemática da companhia", em cena "vai para quatro anos", que surgiu do "fascínio" que causava a ideia de transformar o Convento de Cristo na "abadia" do romance de Umberto Eco. O espectáculo acontece nas diversas salas do monumento que é Património da Humanidade desde 1983. "O público desloca-se para acompanhar as cenas do espectáculo, mantendo-se esta lógica de movimentação durante toda a peça. Os monges (actores) partilham com o público os momentos de refeição. O jantar está incluído no preço do bilhete", sublinha uma nota de divulgação do espectáculo. A companhia lembra que Umberto Eco disse, em "O Pêndulo de Foucault", que se imaginasse um castelo templário seria o de Tomar.


Tendo em conta que as personagens são todas homens e a companhia também integra mulheres, os actores vão-se revezando semana a semana, sendo num domingo a representação assegurada pelas actrizes e no seguinte pelos actores. Carlos Carvalheiro disse à Lusa que não havendo certezas quanto à possibilidade de encenar "A Fórmula de Deus", baseado no romance de José Rodrigues dos Santos, a companhia optou por "fazer o que é certo, matar sete frades todos os domingos", numa alusão ao enredo policial do "Nome da Rosa". Segundo disse, o grupo está igualmente a negociar os direitos do romance "Perfume", de Patrick Suskind, para a nova temporada, prevendo ainda repor "A Festa de Babette", de Karen Blixen. A companhia de teatro Fatias de Cá foi fundada em Tomar em 1979, sendo as suas actuações marcadas pelos cenários escolhidos (monumentos ou espaços naturais) e pela vertente gastronómica, sempre presente nos seus espectáculos.



Fonte: Lusa

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