terça-feira, 13 de maio de 2008

225. MUSEU JOÃO CASTILHO


Parte do espólio está empacotado. Quatro quadros estão expostos no Salão Nobre da autarquia. Quadros que se encontravam na Região de Turismo já foram resgatados. O Museu Municipal João de Castilho abriu ao público em 1936, encerrou em 1979 e, até agora, 29 anos depois, os sucessivos executivos nunca encontraram um espaço para repor o museu, dedicado a essa figura de transcendente importância histórica que foi João de Castilho, o arquitecto a quem se devem importantes obras no Convento de Cristo e noutros monumentos da cidade, assim como nos Mosteiros dos Jerónimos, Batalha e Alcobaça”, lamentou-se uma personalidade ligada à história de Tomar. Acrescentou que “a situação revela o desleixo dos sucessivos executivos pelo património museológico e por reporem o museu dedicado a João Castilho, ficando mesmo dúvidas sobre a existência de um catálogo e ainda da existência da totalidade do espólio que o museu continha”. Isto é o que diz a notícia.

Isto agora digo eu: bem lamento que Portugal não cuide de si, porque não cuida do seu património, que constitui a sua identidade e que reflecte o seu passado. Em Tomar, terra de património mundial da humanidade, não tem havido nos executivos municipais dos últimos anos gente com cultura, com visão, com sensibilidade, que esteja à altura de governar a terra templária. É gente sem marca, que não deixará rasto, senão nas carcomidas páginas dos registos burocráticos da administração e dos arquivos esquecidos dos inúteis. Tomar merece muito, mas muito melhor. Alguém para quem o mundo não se resuma ao asfalto e às rotundas, às canalizações e ao espalhafato barato das farturas e dos carrosseis.

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