Em Tomar, viviam muitos Judeus que habitavam a Judiaria (depois designada Rua Nova, entre as Ruas Direita dos Açougues e dos Moinhos). A Judiaria era fechada ao cair da noite com correntes. Estes Judeus, como em Roma, tinham uma Sinagoga. Localizada na tal Rua Nova, hoje R. Dr. Joaquim Jacinto, foi mandada erigir pelo Infante D. Henrique em meados do Séc. XV. Foi ele que deu guarida aos Judeus e criou a Judiaria. Em 1496 foi encerrada pelo Édito de expulsão dos Judeus de Portugal. Na primeira metade de Sec. XVI foi transformada em cadeia municipal. No séc. XIX era já um mero armazém. Os Judeus, contribuíram muito para o engrandecimento económico de Tomar. Eram muitos e abastados. Em 1923, o Dr. Samuel Schwarz compra a Sinagoga a Joaquim Cardoso Tavares, restaura-a, e em 1939 doa o imóvel ao Estado, na condição de nele ser instalado o Museu Luso-Hebraico. Em 1942/43 são feitas obras de adaptação para o Museu e em 1949 a Sinagoga é ampliada. Em 1952 é construída a habitação para o guarda. Este monumento, único em Portugal, é Monumento Nacional, símbolo da coexistência religiosa em Tomar. A sinagoga de Tomar é o melhor edifício do tipo existente em Portugal, sendo um exemplar completo para o estudo da presença judaica no território português e em particular na cidade de Tomar. Alberga no seu interior o Museu Luso-Hebraico Abraham Zacuto. Este edifício revela a importância que os Judeus tiveram no desenvolvimento da cidade de Tomar nos sécs. XIV e XV. A sua construção de planta quadrada com um abobadamento assente em quatro colunas demonstra pormenores orientalizantes. Nos seus cantos, embutidas na paredes, encontram-se oito bilhas de barro viradas ao contrário para efeitos acústicos. Este templo continha também um anexo para o culto sabático feminino onde foi encontrada uma talha para a cerimónia de purificação, "mikveh".
Fontes: Tomar no Sapo, CNC
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