segunda-feira, 29 de junho de 2009

1410. PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL (111)


A praia fluvial das Rocas, que abriu em 2005, colocou Castanheira de Pêra, no distrito de Leiria, no mapa, mas não evitou a desertificação do concelho, admitiu à Agência Lusa o presidente da autarquia. “A desertificação é um problema muito mais complicado”, declarou Fernando Lopes (PS), presidente da autarquia, sublinhando que a sua resolução não é da única responsabilidade do município, tanto mais porque não se circunscreve à fronteira do concelho de menor dimensão do distrito, observou. Aliás, menor é um adjectivo que se repete no discurso do autarca, para apontar que Castanheira de Pêra tem, também, a menor população do distrito. A isto acresce, o que tem menores receitas. Maior, Castanheira de Pêra parece apenas ser na desertificação.

“Este é um problema que não é só nosso”, reiterou o presidente da Câmara Municipal, sustentando que a panaceia para esta espécie de doença do Interior do país não deve ser encontrada apenas no trabalho desenvolvido pelas autarquias. “Precisamos de um conjunto de investimentos de forma integrada”, destacou, apontando a necessidade de “incentivos às empresas, às famílias, às pessoas”, pois “o problema da desertificação do concelho tem a ver com a natalidade, mas também com emprego”. Com 3.350 habitantes distribuídos por duas freguesias, Castanheira de Pêra apenas tem conseguido ver aumentada a sua população no Verão, consequência do investimento de 12,5 milhões de euros na Praia das Rocas, que apresenta como imagem de marca as ondas a 80 quilómetros do mar. “Há dias, no Verão, que conseguimos duplicar a população do concelho”, afiançou o autarca, que exemplificou: “Chegaram, num dia, a estar mais de quatro mil pessoas na praia”. Por isso, Fernando Lopes assume, sem qualquer hesitação, que a praia fluvial das Rocas “já entrou no mapa das férias dos portugueses”. “Vem toda a gente à Praia das Rocas, até as pessoas do litoral”, assegurou, para repetir, mais duas vezes, “até as pessoas do litoral”.

O ambiente envolvente, a qualidade da água e do próprio investimento, e a segurança justificam a preferência, sublinhou o autarca, satisfeito por já se verem frutos. O retorno não é apenas na própria piscina das ondas, que Fernando Lopes classificou como “um dos maiores motores económicos do concelho”. Ganha o comércio, ganham os serviços, ganha a região, destacou o presidente da Câmara, que adiantou: “Já se vêem alguns sinais ao nível do desenvolvimento económico pelo efeito, muito positivo, da praia das Rocas”. “É um investimento que não tem só interesse local, mas regional para não dizer até nacional”, referiu Fernando Lopes, apontando que o desafio seguinte passa por combater a sazonalidade, que devolve à vila, nos restantes meses do ano a tranquilidade do Interior. “Há que vencer essa sazonalidade e encontrar outros motores durante o resto do ano ou, em alternativa, potenciar este investimento como um pólo de outro tipo de actividades para atrair as pessoas”, declarou.

Fonte: Lusa.

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