terça-feira, 19 de maio de 2009

1236. PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL (77)


O comboio histórico regressa no dia 30 à Linha do Douro, numa viagem a 30 quilómetros à hora que se repetirá todos os sábados até Outubro, entre as estações do Peso da Régua e do Tua, anunciou hoje a organização. À iniciativa promovida pela CP, junta-se este ano a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, proprietária da Wine House, instalada na histórica Estação do Pinhão. A 30 quilómetros por hora, a velha locomotiva a vapor vai percorrer os 46 quilómetros que separam o Peso da Régua do Tua (concelho de Carrazeda de Ansiães), numa viagem que tem como paisagem predominante o rio Douro e as vinhas património mundial da UNESCO. A locomotiva a vapor, que foi fabricada na década de 20, do século passado, pelo construtor alemão Henshel, será acompanhada de carruagens históricas, recuperadas na sua traça original, com capacidade para 250 passageiros. O objectivo é recriar um ambiente que faz lembrar as viagens dos inícios do século XX. Os comboios a vapor tiveram uma importância histórica determinante para o desenvolvimento da região do Douro, nomeadamente no escoamento do Vinho do Porto e na comunicação entre as localidades durienses. O passeio começa às 14:46 e termina às 18:22, sempre acompanhado de animação por um grupo de música e cantares tradicionais da região do Douro e brindados com um "Porto" da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, pertença da família Amorim. O comboio histórico já se tornou num cartaz turístico da região duriense. Um dos pontos de maior atracção da viagem é a Estação do Pinhão, concelho de Alijó, onde podem ser observados os 25 painéis de azulejos, em tons de azul, onde estão retratadas cenas paisagens e costumes da região, onde predomina a vinha. Os azulejos são da autoria de J. Oliveira e foram encomendados à fábrica Aleluia, de Aveiro, em 1937. A paragem do comboio no Pinhão é prolongada, permitindo ao passageiro visitar a Wine House, galardoada com o prémio "Best of Wine Tourism" 2009 na categoria Arte e Cultura, atribuído pela Rede de Capitais dos Grandes Vinhedos, que reúne as principais regiões vinhateiras do mundo. Na estação, pode ainda ser visitado o núcleo museológico, que nasceu nas antigas três casas dos manobradores e operadores ferroviários, e integra objectos que contemplam todo o ciclo do vinho, desde a viticultura à enologia, passando pela tanoaria, armazém e laboratório, exemplificando rotinas de trabalho. Trata-se de um acervo com cerca de 500 peças datadas entre 1850 e 1970, reunido ao longo de mais de 13 anos por um dos membros da família Amorim e catalogadas pelo Museu do Douro.

Fonte: Lusa.

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