domingo, 15 de fevereiro de 2009

916. DE RAPA NUI A TOMAR

"Na Ilha de Rapa Nui (designação original), 3.800 habitantes, isolados no meio do Oceano Pacífico, a 4.000 Kms da costa chilena e a 2980 da ilha mais próxima, Património da Humanidade desde 1995, as autoridades locais cuidam de bem acolher os turistas. Conforme se pode confirmar nas fotos 3 e 4, os caminhos pedonais foram arranjados com telas sintéticas, sobre as quais se colocaram "tapetes" de plástico duro com estrutura em favos, posteriormente cheios com gravilha. Foi a boa maneira encontrada para evitar que os turistas escorreguem na lama, o que leva a pensar que a governadora chilena da ilha e os seus habitantes preferem que os visitantes "escorreguem" de outra maneira, mais proveitosa para todos, deixando dólares, euros, libras, yens, etc. etc.
Enquanto isto, em Tomar, 35.000 habitantes, a 120 Kms de Lisboa e a 2.500 de Bruxelas, de onde têm vindo milhões e milhões de euros a fundo perdido, Património da Humanidade desde 1983, os acessos pedonais ao Convento, a 100 metros da Câmara, que é a entidade responsável pela sua conservação, estão como se vê há mais de 50 anos. Pergunta-se: Se, um dia destes, um turista menos acomodado escorregar e torcer um pé, ou partir uma perna, decidindo queixar-se, dado o evidente mau estado dos caminhos, que irá a autarquia alegar? Que não sabia? Que não tem verba disponível? Quem pagará a quase certa indemnização? Que culpa têm os contribuintes de que os autarcas sejam manifestamente desleixados?
Tudo visto e devidamente ponderado: Quem são os civilizados? Quem são os bárbaros?"

Sebastião Barros, no Tomar a Dianteira.

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